quinta-feira, 29 de julho de 2010

A Alimentação dos Estudantes e a Bulimia



Segundo alguns estudos entrar na faculdade engorda. Esse efeito colateral comum a tantos estudantes é observado e estudado, há muito tempo, existe até um termo popular para definir o ganho de peso que os alunos sofrem no primeiro ano da universidade é o “freshman 15”, termo usado nos Estados Unidos. Isso porque os novatos engordam, em média, 15 pounds (6,8 kg) durante o primeiro ano. Universitários costumam consumir mais bebida alcóolica, pular o café da manhã e abusar de fast food. É uma fase desregrada e engordativa. Isso tudo parece óbvio. Menos óbvia, porém, é a quantidade de universitárias obesas que, na tentativa de emagrecer, se tornam bulímicas.
Um estudo conduzido pela professora Dianne Neumark-Sztainer, da Escola de Saúde Pública da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, revelou que 40% das universitárias acima do peso adotavam comportamentos típicos de quem sofre de transtornos alimentares como a bulimia. Normalmente, elas comem enormes porções calóricas e depois provocam vômitos ou tomam laxantes.  Já os estudantes do sexo masculino, o índice é de 20%.
O ato de vomitar não emagrece, ao contrário do que muita gente pensa, o organismo de quem tem bulimia cria mecanismos de absorção rápida. Manda os alimentos direto para o intestino, como se aprendesse que a comida não vai ficar muito tempo no estômago. Vomitar, portanto, não anula as calorias ingeridas. Usar laxante também não adianta: o remédio age no intestino grosso, quando os nutrientes já foram absorvidos.
Atualmente a preocupação é com fato dos obesos se tornarem mais obesos e os magros se tornarem anoréxicos, porém ninguém se preocupa com os distúrbios alimentares sofridos pelos jovens que estão acima do peso. É valido ressaltar que os danos provocados pelos distúrbios alimentares são graves: infertilidade, perda óssea, dificuldades cognitivas e, em casos extremos, morte.
A contagem de calorias surgiu como uma alternativa, para que os obesos e pessoas com tendência a engordar pudesse controlar sua alimentação, contando as calorias que tinha ingerido no dia. Entretanto isso levanta uma interessante discussão: estimular na população a obsessão pela contagem de calorias traz algum benefício?
A justificativa para espalhar em restaurantes avisos com a quantidade de calorias de alimentos é tentar combater os alarmantes índices de obesidade (60% dos americanos e 40% dos brasileiros estão acima do peso). A medida nasceu de uma boa intenção, mas está provocando efeitos indesejados.

Restaurantes universitários americanos assustam as anoréxicas com os avisos sobre as calorias dos alimentos. Elas passam a comer cada vez menos, por outro lado também não parecem estar ajudando as obesas. Em vez de usar a informação para fazer combinações equilibradas, elas se apavoram com as calorias ingeridas. Muitas provocam vômitos.
 Medidas como a remoção de cartazes com informação sobre calorias foram removidos das paredes dos refeitórios da Universidade Harvard. A justificativa para a remoção foi a surpreendente quantidade de pessoas com distúrbios alimentares que a universidade descobriu fazer parte de sua comunidade.
Segundo alguns estudiosos esse tipo de informação seria útil para aquelas pessoas que sabem interpretá-las. Aquelas que entendem que representam guias gerais criados para facilitar escolhas. Na prática, porém, os especialistas têm observado que muita gente superestima o significado dos números.
Muitos se assustam com as 128 calorias de um copo de suco de laranja. Escolhem todos os dias um refrigerante diet com menos de uma caloria. Não levam em consideração o fato de que o suco de laranja garante nutrientes essenciais. O refrigerante não garante nada.
 O policiamento ostensivo em torno da contagem de calorias não produz mais saúde - nem física, nem mental. Produz muitos neuróticos.  As pessoas precisam, processar as informações e observar aquilo que é bom para a saúde e aquilo que pode causar danos a longo ou em médio prazo.  O que deve se buscar é o equilíbrio, em uma alimentação balanceada, dando preferência aos alimentos naturais, quantidade e qualidade são importantes; o ideal é consumir alimentos variados, respeitando as quantidades de porções recomendadas para cada grupo de alimentos. Ou seja, “comer de tudo um pouco” moderadamente. 
Editado e revisado por Carla Fabrícia.